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O futuro do supermercado

NFR2019
  • 12/04/2019

NRF Retail’s Big Show é uma das maiores e mais notáveis feiras de varejo e tecnologia do mundo. Expositores com soluções inovadoras, mais de 200 horas de palestras com executivos dos maiores varejistas e provedores de soluções.

A NRF respira tecnologia e inovação. Com gigantes do mercado como Google, SAP, Microsoft, Intel, SalesForce e IBM. Há também uma área dedicada apenas a startups com seus projetos e produtos inovadores.

Nesse ambiente tecnológico, somos impelidos a pensar sobre o futuro, de como toda essa tecnologia mudará o varejo. E a pergunta que vem à mente o tempo todo é: como será o varejo do futuro?

Qual é o futuro do supermercado?

Há um ano, a resposta foi a compra da Whole Foods e o lançamento da loja conceito Amazon Go.

No entanto, em 2019, todos os olhares vão para o outro lado do planeta: a China. A grande promessa e novidade da feira são as lojas da gigante chinesa Alibaba, chamadas de Freshippo. O Alibaba é uma espécie de Amazon chinesa. O marketplace domina o e-commerce chinês, que, inclusive, é maior que o americano.

O Novo Varejo

Yi Hou, VP do Alibaba e CEO da Freshippo, iniciou sua palestra com as seguintes perguntas: quem do auditório faz compra de supermercado? A grande maioria levantou as mãos. Em seguida perguntou: Dos que fazem compras em supermercados, quem curte essa experiência? Praticamente todos abaixaram as mãos. Assim, Yi Hou começou sua palestra, mostrando que há algo de errado no modelo dos supermercados atuais.

A proposta da Freshippo para mudar esse cenário é a introdução de um conceito chamado de Novo Varejo (New Retail). Basicamente, o Novo Varejo é alicerçado em três conceitos. Primeiro, a fusão entre o online e o offline. Segundo, a loja física como centro de distribuição e, por fim, a integração de restaurante ao supermercado.

Online e Offline

Toda a experiência e jornada do cliente na loja é integrada com o aplicativo mobile da empresa. A busca por informações complementares sobre o produto exposto na gôndola e aplicações do produto até receitas e origem.

Em linha com a tendência de sustentabilidade, são disponibilizadas informações da origem do produto, com fotos e localizações. O cliente consegue ver de qual fazenda é produzida a verdura que está consumindo. 

Centro de Distribuição e Loja

A loja se torna, também, um centro de distribuição. No vídeo foi possível notar que existe uma estrutura no teto da loja com trilhos e sacolas. Os funcionários da loja realizam a separação dos produtos, colocam nas sacolas, que são levadas para a expedição, onde rapidamente um motoboy pega a caixa e sai para realizar a entrega. Resultado: em um raio de até 3 kms, a empresa promete um prazo de entrega de até 30 minutos. Inacreditável!

Outro dado incrível é: enquanto a média de venda online dos supermercados no mundo fica próximo a 3% das vendas totais, na Freshippo, com cem lojas na China, elas chegam a impressionantes 60% do faturamento total da loja.

Supermercado e Restaurante

O terceiro conceito é a integração do restaurante ao supermercado. Como uma das principais propostas da Freshippo são os produtos frescos, o cliente tem várias opções para consumir na loja.

No segundo dia do congresso, participei da palestra “Preparando para o futuro do varejo de alimentos: o que os empresários precisam fazer”. Os palestrantes eram Greg Girard, diretor da IDC Retail Insights, renomada consultoria de inteligência de mercado, e Steve Hasen, diretor da Precima, empresa de tecnologia focada em análise do consumidor.

Na ocasião, foram apresentados alguns dados interessantes relativos à tendência de consumo fora de casa e como os supermercados podem aproveitar essa oportunidade.

Uma forte tendência nos Estados Unidos, são os Meal Kits (kits de comida). Existem dois tipos: os kits de comidas preparadas, basta esquentar para consumi-los, e os kits de ingredientes, que o consumidor utiliza para produzir sua refeição. O consumidor ganha conveniência.

Traduzindo, 61% dos consumidores preferem a experiência de consumir fora de casa do que comprar produtos na loja; 39% dos adultos querem comer em restaurantes com maior frequência; 73% dos varejistas dizem que a tecnologia melhora a experiência dos seus consumidores. Afinal, nos Estados Unidos em 2017, os restaurantes aumentaram sua receita em 5,3%, um indicador muito acima do crescimento dos outros setores da economia.

Os dados econômicos confirmam essa tendência (abaixo os números do mercado total de alimentos dos Estados Unidos). Até 2014, o consumo de comida fora de casa cresceu duas vezes mais que à compra de comida no varejo.

Tendências futuristas, smart homes

Se o tema é o supermercado do futuro, podemos sair um pouco fora da caixa e pensar em inovações disruptivas. Uma palestra interessante foi “Como o varejo de alimentos vai se parecer em 2030”. Ministrada por Carl Boutet (CloudRaker) e David Marcotte (Kantar Consulting), apresentou estudo encomendado pela Coca-Cola vislumbrando varejo para 2030.

Eles enxergam que com o advento das smart homes (casas inteligentes), a dinâmica de consumo vai mudar com intensidade. Teremos um novo agente, a casa, que participará ativamente das decisões de compra, controlará o estoque de produtos das geladeiras e despensa, e realizará as compras básicas de maneira automática. O consumidor visitará a loja para conhecer novos produtos e ter experiências.

Isso posto, por mais que os assuntos ainda sejam do futuro, não estejam tão distantes assim. Várias das tecnologias mencionadas já estão disponíveis no mercado atualmente. No artigo “O Varejo está Morto? Conheça as 5 tecnologias que podem fechar sua loja” apresentamos algumas dessas tecnologias, que já estão mudando o varejo. Vale a pena conferir!

Conclusão

É fato comprovado que a experiência de compra em supermercados é um dos processos mais críticos do varejo. Talvez por isso, o segmento supermercadista seja um daqueles com menor penetração de vendas online em todo o mundo.

Enquanto em alguns segmentos do varejo as vendas online correspondem a mais da metade das vendas totais, o varejo supermercadista mantém uma taxa média menor que 5%. Não é uma questão de perguntar “se” as vendas online aumentarão, mas “quando” aumentarão. O consumidor está cada vez mais online, não faz sentido pensar que apenas no segmento supermercadista continuaremos a comprar da mesma forma de sempre.

Tendências

Por isso, imaginar como será o futuro pode ser um bom exercício de reflexão sobre ações e investimentos no varejo atual. Alguns dos assuntos mencionados talvez estejam distantes e sejam de difícil aplicação, mas outros já temos cases e experiências próximas.

Para o supermercadista, é importante ficar atento a essas tendências e sobre o que os líderes do mercado estão discutindo e pensando. Porém, o mais importante é o olhar para o  futuro, sem perder o foco no presente. Sempre reforçamos no InfoVarejo que o segmento precisa de tecnologia e inovação, contudo precisa fazer o básico bem feito. Sem o básico bem feito, não adianta ter a melhor ideia ou inovação para seu cliente, pois não vai funcionar.

Por fim, a mensagem de que o que vem pela frente ainda é incerto. Todavia, fazer o básico com excelência ainda é a melhor estratégia para o futuro da sua loja. Não adianta ter o melhor aplicativo mobile, se o cliente fizer um pedido e o produto estiver indisponível. Não adianta a sua loja ter um ótimo restaurante, se os produtos do hortifruti não estão frescos e com qualidade. Não adianta um ótimo site, com ofertas personalizadas para seus clientes, se quando ele visita a loja, recebe um atendimento ruim e despreparado pelos seus funcionários.

Fonte: InfoVarejo

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